sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pai

Quero escrever alguma coisa... Qualquer coisa, pro meu pai.
Ele não pode ler... Quem sabe pode sentir.
Já viajou faz tempo.
Era de noite e nem se despediu,
não levou bagagem, só partiu.

Pai, de vez em quando eu te perdôo.
De vez em quando eu choro.
de vez em sempre eu te amo.

Acho que só eu compreendi, sua curta vida de uísque e violão.

Quero dizer alguma coisa... Qualquer coisa pro meu pai.
Ele não pode ouvir... Não mais.
Já adormeceu faz tempo
Num mes frio de junho, um frio que nem sentiu,
e como fez tantas vêzes, simplesmente partiu.

Suas viúvas já te esqueceram.
Mas eu te lembro pai, na intensa e curta vida de uísque e violão.

Repenso os beijos, tão poucos,
o amor que não foi contado,
o tempo que te neguei, e tardiamente busquei,
numa foto do passado.
Ainda assim eu te amei.

Você foi feliz meu pai.
Com seu uísque na mão... E na outra o violão.

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